Ninguém jamais viu a Deus, entretanto, Ele estava ali oculto na coluna de nuvem. Depois disso o Senhor lhes disse: "Ouvi, agora, as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o Senhor, em visão a ele, me faço conhecer ou falo com ele em sonhos. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a forma do Senhor; como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés? E a ira do Senhor contra eles se acendeu; e retirou-se" (vs. 6-9). A nuvem afastou-se de sobre a tenda porque o Senhor tinha se retirado. Miriã, porém, achou-se leprosa diante de Arão, que ao vê-la logo se apressou em falar a Moisés, dizendo: "Ai! Senhor meu, não ponhas, te rogo, sobre nós este pecado, pois loucamente procedemos e pecamos" (v. 11).
A exemplo de Arão, todos nós quando pecarmos devemos ser corajosos e logo confessar nossas transgressões, pedindo perdão. Se não tivermos essa atitude e passarmos a dar desculpas por nossos erros, estaremos na condição de "leprosos" diante de Deus. Por outro lado, se nos arrependermos imediatamente, nosso pecado será perdoado, ou seja, "a lepra" não nos alcançará. A lepra, portanto, representa o estado de rebelião contra Deus ou Sua autoridade representativa. Os leprosos não podiam habitar no meio da congregação por ter uma doença contagiosa. Assim também nós devemos nos guardar de qualquer espírito de rebelião contra Deus e Sua obra, contra o Espírito Santo ou contra a igreja. Nossa atitude deve ser não só de guardar nosso coração puro diante de Deus, como também nos afastar de qualquer pessoa que dissemina rebelião.
No Evangelho de Lucas, capítulo 7, também aprendemos uma preciosa lição. Apesar de Lucas não ter presenciado os fatos, ouviu falar deles e averiguou detalhadamente como haviam ocorrido (Lc 1:1-3). O Senhor Jesus foi convidado por Simão, um dos fariseus, para que fosse jantar com ele e, entrando em sua casa, tomou lugar à mesa (7:36). Os fariseus tinham uma elevada posição na sociedade judaica. Eles formavam o "grupo dos fariseus", dentre os quais estava Simão. Na casa desse fariseu aconteceu algo muito parecido com o fato ocorrido em Mateus 26:6-13 e João 12:1-8: "E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento" (Lc 7:37-38).
A mulher a que se refere o Evangelho de Mateus quebrou um vaso de alabastro e não somente derramou o ungüento, o precioso bálsamo, sobre a cabeça do Senhor, mas sobre Seu corpo (26:7, 12). Ela também ungiu-Lhe os pés e os enxugou com seus cabelos (Jo 12:3). O salmo 133:2 menciona que o ungüento era derramado sobre a cabeça do sacerdote e escorria até a gola de suas vestes. Isso se refere à unção. A mulher pecadora no Evangelho de Lucas, capítulo 7, semelhantemente, ungiu os pés de Jesus com bálsamo, beijou-os e os enxugou com os próprios cabelos (vs. 38, 46). Por meio dessa atitude vemos que ela amava muito o Senhor. Embora no passado tivéssemos sido pecadores, rebeldes ao Senhor, nos arrependemos e podemos derramar-nos diante Dele. Que tenhamos esse mesmo amor para com o Senhor Jesus que nos perdoou e muito nos amou. Aleluia!
